‘Frozen’ atualiza o papel da mulher nas histórias de princesa

Todo mundo na faixa dos 30 anos cresceu rodeado pelos clássicos da Disney. Seja com a Branca de Neve, a Bela Adormecida ou a Cinderela, em algum momento da infância a gente se rendeu aos contos de fada em que uma princesa esperava um príncipe encantado mudar sua vida. Com “Frozen – Uma Aventura Congelante ”, a Disney dá sinais que de que entendeu que hoje os tempos são outros, mas sem perder a magia e as características que a tornaram famosa no mundo dos desenhos animados.

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Inspirado em um conto dinamarquês de 1845 considerado clássico na Europa, o filme conta a história das irmãs Anna e Elsa, princesas do reino de Arendelle. Mas há um segredo: Elsa, a mais velha, tem o poder de controlar a neve e de transformar tudo que toca em gelo. Na noite em que ela é coroada rainha, este segredo vem à tona. Nervosa, Elsa coloca todo o reino sob um rigoroso inverno e foge para as montanhas. Cabe então a Anna ir atrás da irmã e trazer o verão de volta.

Em cartaz aqui no Bauru desde o começo do mês, “Frozen” se transformou em um sucesso imediato desde sua estreia nos EUA, em novembro. Além de conquistar a crítica logo de cara, o filme já arrecadou mais de 700 milhões de dólares em bilheteria no mundo inteiro, número que só comprova sua popularidade. Há duas semanas, o filme ganhou o troféu de Melhor Animação no Globo e Ouro e já é considerado favorito ao Oscar deste ano nesta mesma categoria. Mas o que faz a película assim tão encantadora?

Primeiro de tudo, o padrão Disney de qualidade. Os personagens e os cenários são tão bonitos e detalhados que é até difícil escolher para onde olhar em cada cena. Depois, que a história intercala romance, ação, humor, drama e foca na bonita mensagem de amor entre irmãs. É um filme que faz diverte e emociona e que ainda reforça os laços familiares.

Em terceiro lugar, é legal ver como a Disney aprendeu a rir de si mesma e recheou o filme de piadas sobre os clichês de contos de fada. É uma tiração de sarro sem fim com amor à primeira vista, príncipes encantados, amor verdadeiro, mas sem soar agressivo ou ofensivo. E ainda tem o boneco de neve Olaf, que foi dublado pelo humorista Fábio Porchat e que rouba a cena com sua inocência e suas gracinhas.

Mas o que provavelmente vai colocar “Frozen” como um marco na história da Disney é ver que o filme criou duas protagonistas fortes e que não dependem dos homens à sua volta. Ainda que essa mudança de perfil tenha começado há dois anos com a princesa Merida, de “Valente”, Elsa e Anna concretizam de vez a independência feminina entre as princesas e o entendimento de que hoje a felicidade das mulheres não está mais inteiramente nas mãos de um príncipe encantado. Uma visão que vai agradar às mamães e criar uma nova referência feminina para as meninas na plateia.

Publicado originalmente em 24/01/2014, no site Social Bauru)

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